sexta-feira, 5 de junho de 2015

ANTES QUE VOLTEM AS FESTAS JUNINAS...



O que vou escrever não é para resolver o problema, pois a solução do mesmo depende exclusivamente de cada um que lerá a reflexão com o coração aberto.

Existe um limite entre respeitar a religião alheia e participar de atividades religiosas alheias. Creio que o Cristão sincero deve se limitar a primeira opção.

Tendo morado 4 cidades do Interior do Rio de Janeiro, vivenciei uma situação que mais tarde se transformou em demanda no meu trabalho de Ouvidor da Educação. Trata-se do dilema da obrigatoriedade de um cristão evangélico ter que participar da Festa Junina de sua unidade escolar.

Ouvimos a todo instante que o Estado é Laico, que não se pode misturar religião com o estado, mas isso não é lá bem a verdade na prática.

Festas Juninas são “a galinha dos ovos de Ouro” das escolas, pois tais festividades produzem o aumento da receita financeira e, quando não há a devida prestação de contas, o favorecimento monetário de alguns.

Porém, muito além desta situação, existe a questão espiritual na participação de festas pagãs. Paulo claramente fala do assunto em I Cor.10: “Que quero afirmar com isto? Que a carne sacrificada aos ídolos ou o próprio ídolo são alguma coisa?
Não! As coisas que os pagãos sacrificam, sacrificam-nas a demônios e não a Deus. E eu não quero que tenhais comunhão com os demônios.Não podeis beber ao mesmo tempo o cálice do Senhor e o cálice dos demônios. Não podeis participar ao mesmo tempo da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Ou queremos provocar a ira do Senhor? Acaso somos mais fortes do que ele? Tudo é permitido, mas nem tudo é oportuno. Tudo é permitido, mas nem tudo edifica
.” 1 Coríntios 10:19-23

O problema para mim reside em dois aspectos: O relativismo do século XXI e a diferenciação equivocada do termo “Idolatria”.
O Relativismo que se empregnou na mente de muitos cristãos é a tese “não tem nada haver”. “Não tem nada haver ir num show mundano”, “Não tem nada haver ir numa festa junina”, “Não tem nada haver comer uma maça do Amor (dedicada à idolos)”...

A questão da “dedicação”

Como é feita essa “dedicação”? Simples, quando falamos de festas em que toda uma cidade pára, cerca de 15 a 20 % de toda a arrecadação é remetida para a “paróquia” que autorizou a festa do “santo”.

A reboque destas festas, eu já ouvi falar de alto consumo de álcool, drogas e todos os tipos de orgias pelos “escurinhos” da cidade. Ou seja, a diferença entre “Boite” e a festa reside apenas que a primeira ocorre em ambiente fechado, enquanto a festa junina em ambiente aberto.

Só isto já seria demasiado suficiente para que qualquer cristão sincero já evitasse participar. Entretanto, vamos adicionar mais um elemento espiritual à situação: Idolatria é intimamente ligada aos demônios.

O ídolo é meramente um pedaço de madeira ou de pedra, esculpido por mãos humanas, que nenhum poder tem em si mesmo. Por trás de toda idolatria, há demônios, que são seres sobrenaturais controlados pelo diabo. Tanto Moisés (Dt 32.17) quanto o salmista (Sl 106.36,37) associam os falsos deuses com demônios. Noutras palavras, o poder que age por detrás da idolatria é o dos demônios, os quais têm muito poder sobre o mundo e os que são deles.

Seja Baal, uma estátua de qualquer personagem bíblico ou a de um preto velho; não importa, pois tudo é Idolatria para Deus.

Uma experiência pessoal

Certa feita fui convidado para uma série de pregações em uma igreja batista. Ocorre que tal série foi agendada paralelamente a realização de uma tradicional festa religiosa daquela cidade.

Como pastor tradicional, eu havia sido avisado de alguns acontecimentos espirituais “diferentes” sendo relatados por diversos servos fieis. Confesso que, em alguns casos, pensei se tratar de exageros.

Preguei na sexta, no sábado e domingo pela manhã...e nada de problemas espirituais. Pensei comigo mesmo: “Realmente era tudo uma questão de exagero”.

Domingo à noite, final de um sermão abençoado... Eis que ao chegar na porta para os tradicionais cumprimentos, alguém me procura e me diz: “Pastor, temos uma jovem ali com alguns problemas...”

Quando me aproximei, vi uma jovem trêmula e exclamando: “Se eu sair daqui, eu morrerei”. Quando coloquei a mão em seu ombro, ela deu um pulo à outra extremidade do Banco tipo coisa de cinema. Logo identifiquei que algo “espiritual” de errado estava ocorrendo.

Vou resumir a experiência, porém vou repetir o que aquela jovem endemoniada declarou: “Ela veio para a nossa festa para matar seu namorado e depois se matar”. Esse foi o primeiro encontro oficial com uma pessoa possessa espiritualmente.
Para mim, que já tinha meus conceitos religiosos cristalizados com a participação de cristãos em festas pagãs, tal fato serviu apenas para confirmar a seriedade desta pratica.

O que pode ser feito de prático

Primeiro, creio que antes de tudo os pastores deveriam pregar sobre o assunto. Na minha experiência, a média é que muitos se calam e ficam coniventes com tal prática. Os pastores que mais falam sobre o assunto são geralmente pastores assembleianos.

Segundo, os próprios crentes deveriam se posicionar mais efetivamente sobre o assunto. Se por imposição do emprego em uma escola for solicitada sua participação, apele para sua liberdade religiosa e faça um trabalho alternativo para demonstrar seu respeito aos líderes e que sua posição não é de rebeldia em não trabalhar, mas sim não compactuar de uma festa da qual você não deve participar.